Olá!
Com o intuito de ajudar muita gente e informar e, a pedido da amiga Paola Vichianoski, trago um texto sobre Bulimia e Anorexia. Temas muito importantes, os quais algumas pessoas acabam não abordando ou não dando a devida importância.
Mas você deve estar se perguntando qual a relação do tema com a Dança do Ventre? Pois bem. Não só no "mundo" da Dança do Ventre, como nas passarelas e em nossa "vida real", em nosso cotidiano, estamos sempre sendo sugestionados pela mídia a sermos magros, a adotarmos um padrão de beleza magro. E esse padrão de beleza invade nossas vidas através da TV, através das imensas prateleiras de mercados e farmárcias repletos de produtos diet, light, chás emagrecedores, pílulas milagrosas e por ai vai.
Não estou dizendo que você não deve comprar isso ou aquilo, afinal cada um tem seu livre arbítrio e cada um sabe da vida que leva.
Uma curiosidade é que para os povos ocidentais, o corpo magro é sinônimo de competência, sucesso, autocontrole e atratividade. Nas pessoas com anorexia e bulimia, o imaginário é invadido por esse discurso, passando a ter uma intensidade que, mais do que a simples beleza, tornar-se magro seja um ideal de personalidade.
O que desejo através do artigo abaixo é mostrar a importância de termos consciência do nosso próprio corpo, da nossa beleza própria e de nossas limitações.
Alguém pode chegar e falar... mas como é feio bailarina de dança do ventre gordinha... Mas isso não é um padrão. Bailarina não tem que ser magra, bailarina tem que saber dançar não só com o corpo, mas com a alma. Ai sim, não existirá nem gordo nem magro e sim... somente a "Bailarina".
Bom meninas, quero que conheçam um pouco mais sobre esses transtornos alimentares que são a Bulimia e a Anorexia e que afetam muita gente. Boa leitura!
Fonte: Wikipedia
Bulimia nervosa é uma disfunção alimentar. Tem incidência maior a partir da adolescência e prevalência de 3 a 7% da população, embora seja difícil mapear o real número de pessoas que sofrem da doença, uma vez que ela está cercada de preconceitos e é difícil para o próprio doente confessar seu problema.
Cerca de 90% dos casos ocorre em mulheres. A pessoa bulímica, de acordo com os critérios diagnósticos do CID 10, tende a apresentar períodos em que se alimenta em excesso, muito mais do que a maioria das pessoas conseguiriam se alimentar em um determinado espaço de tempo, seguidos pelo sentimento de culpa. Exite também trabalhos acadêmicos recentes relatando que a ingestão alimentar excessiva caracteriza-se muitas vezes pelo sentimento subjetivo de excesso do que excesso propriamente dito.
Para "compensar" o ganho de peso, o bulímico exercita-se de forma desmedida, vomita o que come e faz uso excessivo de purgantes, diuréticos e enemas. Essas pessoas podem ainda jejuar por um dia ou mais também na tentativa de compensar o comer compulsivo, muitas vezes entrando em um repetivivo ciclo de intensa restrição alimentar alternadas com farras culposas que o levam ao sistema compensatório.
A própria restrição alimentar excessiva pode ser uma das desencadeadoras dos episódios compulsivos. O bulímico geralmente se encontra com peso normal, levemente aumentado ou diminuído (mas não chegando à magreza da anorexia). Essa aparência de normalidade muitas vezes dificulta que se identifique o problema, o que muitas vezes leva a uma demora em se procurar ajuda.
Pacientes bulímicos costumam envergonhar-se de seus problemas alimentares e, assim, buscam ocultar seus sintomas. Dessa forma, as compulsões periódicas geralmente ocorrem sem o conhecimento dos pais, dos amigos ou das pessoas próximas.
Após a bulimia ter persistido por algum tempo, os pacientes podem afirmar que seus episódios compulsivos não mais se caracterizam por um sentimento agudo de perda de controle, mas sim por indicadores comportamentais de prejuízo do controle, tais como dificuldade a resistir em comer em excesso ou dificuldade para cessar um episódio compulsivo, uma vez que iniciado.
A bulimia costuma causar sofrimento psíquico e afeta áreas diversas do sujeito. O bulimíco não tem prejuízo somente da sua relação com a comida ou da sua relação com seu corpo. Ele se vê afetado em suas relações sociais - uma vez que festas e confraternizações envolvem alimentação. Ele se vê atormentado por uma questão que lhe é cotidiana (alimentação) e que não pode ser evitada, uma vez que todo indivíduo precisa se alimentar.
Isso demonstra a dificuldade de se lidar com o transtorno alimentar (tanto para o sujeito que se vê afetado, quanto pelos demais à sua volta). É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de "orgias alimentares", no qual o paciente come num curto espaço de tempo grande quantidade de alimento como se estivesse com muita fome. O paciente perde o controle sobre si mesmo e depois tenta vomitar e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como medicações, com a finalidade de não ganhar peso.
Suas causas são cobrança a si mesmo por se achar acima do peso, algumas vezes cobranças dos próprios pais. Por se sentir gorda(o), por nunca estar magra o suficiente, por se olhar no espelho e se ver gorda mesmo não sendo, criando um estereótipo de beleza imposto pela mídia, por amigas e pela própria sociedade no qual quer um padrão físico estável.
Anoréxicos e bulímicos possuem um padrão de comportamento e pensamento que os leva a crer que tudo em suas vidas depende de quão magros estão. Assim, atribuem fracassos e glórias de suas vidas ao corpo, ou seja, se foi promovido no trabalho é porque está magro, se perdeu o namorado é porque está gordo e por aí segue.
A bulimia pode levar a complicações como:
- Diminuição da pressão e da temperatura corporal, levando o indivíduo a ser menos tolerante ao frio;
- Enfraquecimento dos dentes (cárie);
- Dores de garganta (pelo ato de forçar o vômito);
- Sangramento do tubo digestivo (vômito com sangue);
- Úlcera;
- Dores corporais;
A anorexia nervosa por sua vez é uma disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar (caracterizando em baixo peso corporal) e estresse físico. A anorexia nervosa é uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. Uma pessoa com anorexia nervosa é chamada de anoréxica. Uma pessoa anoréxica pode ser também bulímica.
A anorexia nervosa afeta primariamente adolescentes do sexo feminino e jovens mulheres do Hemisfério Ocidental, mas também afeta alguns rapazes. No caso dos jovens adolescentes de ambos os sexos, poderá estar ligada a problemas de auto-imagem, dismorfia, dificuldade em ser aceito pelo grupo, ou em lidar com a sexualidade genital emergente, especialmente se houver um quadro neurótico (particularmente do tipo obsessivo-compulsivo) ou história de abuso sexual ou de bullying. A taxa de mortalidade da anorexia nervosa é de aproximadamente 10%, uma das maiores entre qualquer transtorno psicológico.
Alguns dos sintomas:
- Peso corporal em 85% ou menos do nível normal;
- Peso corporal em 85% ou menos do nível normal;
- Prática excessiva de atividades físicas, mesmo tendo um peso abaixo do normal;
- Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, o anorético pensa que tem um peso acima do normal.
- Em pessoas do sexo feminino, ausência de ao menos três ou mais menstruações. A anorexia nervosa pode causar sérios danos ao sistema reprodutor feminino;
- Diminuição ou ausência da líbido; nos rapazes poderá ocorrer disfunção erétil e dificuldade em atingir a maturação sexual completa, tanto a nível físico como emocional;
- Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante má formação do esqueleto (pernas e braços curtos em relação ao tronco);
- Descalcificação dos dentes; cárie dentária;
- Depressão profunda;
- Tendências suicidas;
- Bulimia, que pode desenvolver-se posteriormente em pessoas anoréxicas;
- Obstipação grave (prisão de ventre).
A anorexia possui um índice de mortalidade entre 15 a 20%, o maior entre os transtornos psicológicos, geralmente matando por ataque cardíaco, devido à falta de potássio ou sódio (que ajudam a controlar o ritmo normal do coração). Pode ser causada por distúrbio da auto-estima.
Anorexia é um mal que acontece quando os jovens tentam emagrecer através de dieta ou outras maneiras e a tentativa é frustrante então param de comer ou reduzem ao máximo nos hábitos alimentares e surge essa doença avassaladora.
Até agora, os seguintes fatos têm emergido na busca das causas desse transtorno:
Causas genéticas/ambientais:
Estudos sobre desenvolvimento de transtornos alimentares envolvendo irmãs gêmeas têm sugerido um fundo genético para o desenvolvimento da anorexia.
Pais e mães de pacientes diagnosticadas com essa desordem possuem, relativamente a grupos de comparação da população não seleta, níveis mais elevados de perfeccionismo e preocupação com a forma física.
Características sociopsíquicas de anoréxicas:
Independentemente do subtipo de anorexia desenvolvida, restritiva ou purgativa, anoréxicas possuem, relativamente a pessoas saudáveis de sua idade e sexo, uma incidência maior de transtornos da ansiedade (especialmente o transtorno obsessivo-compulsivo) e do humor.
Níveis exageradamente elevados de perfeccionismo (busca por padrões de conquista e realizações notavelmente altos, necessidade de controle, intolerância a "falhas" ou "imperfeições") são comuns, e mesmo centrais, no desenvolvimento da anorexia. A presença dessa busca por padrões de perfeição transcende o desenvolvimento da doença, sendo anterior a ela e permanecendo em pacientes que já foram curadas da doença. Alguns estudos sugerem que, apesar de uma inteligência média na faixa regular, anoréxicas possuem níveis mais altos de performance escolar e envolvimento acadêmico, o que sugere que o perfeccionismo nelas presente não se limita a temas relacionados apenas com comida e forma corporal.
Outros traços obsessivos-compulsivos, além do perfeccionismo, são notados na infância de anoréxicas, principalmente inflexibilidade, forte adesão a regras estabelecidas, observação dos padrões mantidos por autoridades, etc.
Incidência de abuso físico ou sexual é mais elevada em grupos de anoréxicos; em um estudo efetivado na América do Norte, a presença de um histórico de abuso sexual na infância apresentou uma forte associação com o desenvolvimento de transtornos alimentares em grupos de homens homossexuais.
Mas depois de tanto tempo falando sobre coisas ruins, uma palavra de esperança. Sim, para a bulimia e a anorexia existem tratamento.
Deve-se ter duas vertentes, a não-farmacológica e a farmacológica. Entretanto deve-se ter em mente a importância de uma relação médico-paciente satisfatória, uma vez que a negação pelo paciente é muitas vezes presente. Dependendo do estado geral da paciente pode-se pensar em internação para restabelecimento da saúde. Correção de possíveis alterações metabólicas e um plano alimentar bem definido são fundamentais. Além disso, o tratamento também deve abordar o quadro psicológico, podendo ser principalmente a terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia individual.
Em relação a abordagem farmacológico tem-se utilizado principalmente os antidepressivos, mas que é uma área que carece de muitos resultados satisfatórios tendo em vista a multicausalidade da doença. Dessa forma, é importante uma abordagem multi-disciplinar, apoio da família e aderência do paciente. As recaídas podem acontecer, daí a importância de se ter um acompanhamento profissional por grandes períodos.
Quem assistiu a novela "Viver a Vida" da Rede Globo presenciou a personagem Renata, interpretada pela atriz Bárbara Paz, vivendo um verdadeiro inferno em vida. Renata não se alimentava nunca, jogava fora a comida, bebia para enganar a fome (Anorexia alcóolica) e se achava horrorosa de gorda. Loucura não é mesmo? Mas isso existe sim gente. O que a novela mostrou é muito triste, porém real.
Mas felizmente há tratamento, mas lógico, a pessoa primeiro de tudo tem que admitir para si própria que ela está doente e a partir disse procurar ajuda. Caso contrário, fica difícil.
A modelo Ana Carolina Reston Macan, da foto ao lado, morreu aos 21 anos de idade, pesando apenas 40Kg. Deixou para trás uma vida cheia de possibilidades. Deixou pessoas que a amavam muito. Valeu a pena?
Que Deus ilumine a vida de todos que agora terminaram de ler esse artigo e se você se enquadrar em alguma coisa dita acima, escute-me... procure ajuda, não sofra sozinha e lembre-se que à sua volta tem e sempre terá alguém que acima de tudo TE AMA como você é!
Grande beijo,
Luciana Dalarmi
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